1) ELEFANTE-SÍRIO
Nossa história começa antes mesmo de Cristo,
nas regiões que hoje compreendem a Síria e o Irã. Em meio à poeira e aos gritos
de uma batalha destaca-se um grande animal, utilizado como arma de guerra, o
Elefante Sírio. Seu porte, maior do que o de seus primos indianos os torna
muito cobiçados por generais que os utilizavam mais ou menos na mesma função
dos blindados de hoje em dia.
Porém, apesar da violência das guerras e de
muitos destes animais terem sucumbido ao ataque de lanças, foram os artesãos e
não os soldados os seus maiores inimigos. A produção de artesanato e de móveis
com o marfim de suas presas fez com que este respeitável ‘senhor da guerra’
fosse caçado até a sua extinção.
O Elefante-Sírio extinguiu-se aproximadamente
no ano 100 A .C.
Estamos agora no século XV na Ilha Sul do arquipélago
que hoje é conhecido como Nova Zelândia. Uma perseguição inusitada ocorre
deixando por vezes no chão a sombra de uma ave enorme perseguindo outra grande
ave que foge com muita velocidade. Os animais em questão são a Moa que está
sendo perseguida e a Águia-de-Haast que faz o papel de perseguidora. Os maoris
que habitam a região, embora já estivessem acostumados com esta cena,
revelam-se apreensivos em todas as vezes que ela se repete. O espetáculo é
dantesco e assustador. Haverá um duelo de titãs? Porém a ave de rapina com sua
garra tão poderosa quanto a de um tigre e seu bico poderoso logo dissipa estas
dúvidas e encerra o espetáculo da forma mais previsível possível, afinal ela é
o topo da cadeia alimentar neste ecossistema e ninguém, nem mesmo os homens
ousariam desafiá-la.
Porém nem mesmo todo este poder e a aparente
ausência de um predador natural foi o suficiente para evitar a extinção da
Águia-de-Haast. A maior águia que o mundo já conheceu sucumbiu, principalmente,
por causa do extermínio de outros animais que lhe serviam de alimentos.
A majestosa Águia-de-Haast extinguiu-se por
volta do ano de 1500.
Nota: Seu nome é uma homenagem ao geólogo alemão Julius Von Haast que em
1872 fez a descrição da espécie.
Continuamos na mesma cena proposta acima. Apesar
de toda a sua dramaticidade, a Águia-de-Haast não foi o maior problema
enfrentado pela Moa. Pois, suponhamos que a Moa da cena acima tivesse
conseguido fugir da grande ave que a perseguia. Alguns minutos depois, ainda
cansada por seu enorme esforço, ela poderia facilmente ser abatida por um
guerreiro maori hábil no manejo de uma lança. Não poderia?
Este foi o grande problema que vitimou a sua
espécie. Os maoris caçaram-na até a extinção e saquearam seus ninhos para
roubar seus ovos, que serviram não só como alimento, mas também como utensílio
‘doméstico’. Sua carne era aproveitada para o consumo. E seus ossos para a
confecção de objetos.
Vamos a mais alguns dados da Moa: Era um
animal endêmica. Podia medir cerca de 3 metros de altura e pesar até 200 kg . Nidificava no chão.
Colocava de 1 a
2 ovos. E não sabia voar. Sua extinção
ocorreu aproximadamente no ano de 1500. Alguns cientistas acreditam que algumas
Moas menores possam ter sobrevivido em artes remotas da ilha do Sul até o
início do século XIX.
4) LEÃO-EUROPEU
Passemos
agora para Roma, ano 98 da Era Cristã. No Coliseu enquanto o público delirava
com as lutas entre gladiadores, nos bastidores do ‘espetáculo’ seus
organizadores estavam preocupados com uma crise que aparentemente se abatia
sobre outra atração muito popular no seu ‘circo’: a luta entre animais. Seus
caçadores praticamente não conseguiam mais encontrar leões em regiões não muito
distantes da capital do Império, sendo necessário viajar até o leste do
continente para capturá-los, embora já com muitas dificuldades. Mas não era só
o espetáculo que estava sendo prejudicado, e sim o velho costume romano, que
assim como os gregos faziam da caça ao leão um de seus esportes preferidos.
As
importações de leões da África e de partes da Ásia conseguiriam atender a
demanda? Afinal, o público talvez não se contentasse em ver apenas ursos,
tigres, touros, leopardos e rinocerontes se atacando mutuamente e matando-se
uns aos outros. Pois uma das partes mais aguardadas do espetáculo era aquela em
que os leões famintos dividiam a cena com criminosos, com desertores ou com os
teimosos cristãos que eram jogados na Arena de mãos vazias.
Mas não foram apenas os romanos os
responsáveis pela extinção do leão-europeu. Por todo o continente o avanço
humano sobre áreas onde este animal habitava com certeza provocou conflitos
entre estas espécies que quase sempre acabavam com desvantagem para o felino em
questão, tornando seu próprio habitat sua arena mais mortal.
O Leão-Europeu extinguiu-se por volta do ano
100 D.C.
O que poderia haver em comum entre um pássaro
e um elefante? Atualmente, talvez nada. Mas até o século XVII viveu
exclusivamente na ilha de Madagascar uma ave que ficou conhecida justamente
como Pássaro-Elefante.
Seus ovos eram maiores do que os de
dinossauros, tendo cerca de 91 centímetros de circunferência. Seu peso poderia
tranquilamente chegar a quase meia tonelada! Sua altura beirava os três metros!
Que outro nome esta ave poderia ter?
Para a sorte dos outros moradores da ilha,
este pássaro, assim como os elefantes verdadeiros era herbívoro.
Todo seu tamanho e seu aspecto que com
certeza deveria ser assustador para quem cruzasse com ele pela primeira vez,
não impediram, no entanto os ataques do único predador que ele conheceu: o
homem.
O homem caçou-o, aproveitando-se da sua
incapacidade para o vôo. O homem roubou seus ovos. O homem invadiu o seu
habitat e introduziu espécies alienígenas que também atacavam seus ninhos.
Pode-se
imaginar a cena de um homem aproveitando-se da ausência de uma destas aves,
para roubar um de seus ovos e transportá-lo, obviamente com certa dificuldade,
para o seu lar. Pode-se imaginar a alegria estampada no rosto de seus filhos ao
verem o alimento que seu pai trouxe. Mas imagino também o espanto destes homens
no dia em que perceberam que não havia mais nenhum destes pássaros em sua ilha.
Penso até que eles, talvez, possam ter poupado alguns ovos com a intenção de
permitir que a espécie voltasse a povoar o local. Pois, posteriormente, muitos
ovos foram encontrados intactos, embora fossilizados.
O
Pássaro-Elefante extinguiu-se possivelmente em meados do século XVII.
Se um viajante medieval estivesse registrando
em seu diário momentos marcantes de sua jornada por estepes e pradarias européias
com certeza mencionaria os rebanhos de bois selvagens, conhecidos como Auroque.
Talvez até arriscasse fazer algum desenho deste antepassado de nossos bois modernos
assim como os homens da pré-história fizeram nas paredes de cavernas,
registrando cenas de suas memoráveis caçadas.
Todos os Auroque originais, sem misturas, eram
selvagens, pois estes grandes e poderosos animais que segundo o imperador
romano Júlio César era “um pouco menor do que um elefante” jamais foram
domesticados, ou seja, nunca foram criados ou preservados em cativeiro.
Seu território que na Pré-História se estendia
da Península Ibéria até Coréia e da Sibéria até a Índia, foi diminuindo
drasticamente até se limitar a Europa Central. Esta redução territorial aliada
à redução populacional, ainda mais drástica, devido ao aperfeiçoamento das
armas e das técnicas de caça, trouxe trágicas conseqüências para esta espécie
que acabaram por levá-la a extinção. O último Auroque conhecido, uma fêmea, foi
morto em 1627, na floresta de Jaktorowka, atual Polônia.
7) DODÔ
Em meados do século XVI alguns marinheiros que chegaram a ilha Maurício encontraram nela um estranho pássaro de aparência desajeitada, que pesava cerca de 20 quilos, não voava e fazia os seus ninhos no chão. Esta ave, até então, não tinha inimigos naturais mas desta data em diante tudo mudaria drasticamente: a caça iniciada pelos homens e pelos animais domésticos que foram introduzidos na ilha dizimaram a espécie. Acredita-se que o último Dodô foi abatido em 1681 para servir de refeição a um grupo de pescadores. Estima-se que, além desta ave, outras 24 de um total de 28 espécies endêmicas do Arquipélago das Mascarenhas (Maurício, Reunião e Rodriguez) tenham sido aniquiladas da mesma forma após o seu infeliz contato com o homem civilizado. Entre elas, destacam-se o R.Solitarius da Ilha Reunião e o Pezophaps Solitarius da Ilha Rodriguez
10 ) KOREKE ( CODORNIZ OU CODORNA DA NOVA ZELÂNDIA)
O século XIX presenciou também, entre tantas tragédias animais, a extinção de uma pequena ave endêmica da Nova Zelândia. Seu nome, segundo os nativos da ilha, era Koreke, mas para os ingleses ela passou a se chamar Codorniz, ou Codorna da Nova Zelândia. Os homens foram os algozes da espécie, caçando-a, pois sua carne era muito apreciada, ou, sendo os responsáveis pela introdução de animais ‘estrangeiros’ como cães, porcos e ratos que se tornaram vorazes predadores. Apenas 40 anos se passaram entre a primeira captura ocorrida em 1827 e a morte dos últimos exemplares ocorridas entre 1867 e 1868. Um recorde triste que não deve trazer nenhum orgulho a raça humana.
7) DODÔ
Em meados do século XVI alguns marinheiros que chegaram a ilha Maurício encontraram nela um estranho pássaro de aparência desajeitada, que pesava cerca de 20 quilos, não voava e fazia os seus ninhos no chão. Esta ave, até então, não tinha inimigos naturais mas desta data em diante tudo mudaria drasticamente: a caça iniciada pelos homens e pelos animais domésticos que foram introduzidos na ilha dizimaram a espécie. Acredita-se que o último Dodô foi abatido em 1681 para servir de refeição a um grupo de pescadores. Estima-se que, além desta ave, outras 24 de um total de 28 espécies endêmicas do Arquipélago das Mascarenhas (Maurício, Reunião e Rodriguez) tenham sido aniquiladas da mesma forma após o seu infeliz contato com o homem civilizado. Entre elas, destacam-se o R.Solitarius da Ilha Reunião e o Pezophaps Solitarius da Ilha Rodriguez
No ano de 1768 o último exemplar do DUGONGO-DE-STELLER (ou Vaca-Marinha-de Steller) é caçado
no Mar de Bering, decretando a extinção da espécie. Seu tamanho avantajado (até
8 metros )
e seu peso colossal (algo entre cinco e onze toneladas) tornavam-na o maior
representante da Ordem dos sirenídeos, a mesma do Peixe-Boi. Lamentavelmente,
tamanho porte representava além de lentidão, enormes quantidades de carne,
gordura e pele, atributos muito apreciados pelos caçadores e comerciantes da
época. Detalhe: esta extinção ocorreu míseros dezessete anos após a primeira
descrição científica da espécie, realizada pelo naturalista alemão Georg
Steller, de quem herdou o nome.
9) GRANDE AUK
9) GRANDE AUK
Nossa jornada segue nas geladas Águas do Atlântico Norte, principalmente nos litorais do Canadá, do nordeste dos Estados Unidos, da Groenlândia, Noruega, Islândia, Ilhas Faröe e Grã-Bretanha. Regiões de frio intenso. Frio devastador. Mas não frio o suficiente para deter o poder de destruição do homem.
Estamos em meados do século XIX e mais uma espécie, depois de muito lutar por sua existência, vive seus últimos suspiros. O Grande Auk foi caçado por séculos pelo homem, ora para alimento, ora por suas penas, ora para utilizá-lo como isca de pesca e até mesmo para queimá-los vivos devido a escassez de madeiras na região, pois segundo relatos do século XIX, nessas condições seu corpo produzia uma espécie de óleo com capacidade de manter viva uma chama. O pior é que a sua raridade, o seu fim que se aproximava a passos largos, atraiu sobre o pobre animal um novo tipo de predador, aquele que procurava roubar seus ovos para vendê-los a ricos colecionadores europeus. No mês de julho de 1844 o último casal do Grande Auk foi morto enquanto chocavam um ovo. Em estimativas anteriores a este trágico desfecho a população desta ave atingiu 200.000 indivíduos. E em épocas ainda mais remotas acredita-se que o número de Auk's chegou a milhões de indivíduos.
10 ) KOREKE ( CODORNIZ OU CODORNA DA NOVA ZELÂNDIA)
O século XIX presenciou também, entre tantas tragédias animais, a extinção de uma pequena ave endêmica da Nova Zelândia. Seu nome, segundo os nativos da ilha, era Koreke, mas para os ingleses ela passou a se chamar Codorniz, ou Codorna da Nova Zelândia. Os homens foram os algozes da espécie, caçando-a, pois sua carne era muito apreciada, ou, sendo os responsáveis pela introdução de animais ‘estrangeiros’ como cães, porcos e ratos que se tornaram vorazes predadores. Apenas 40 anos se passaram entre a primeira captura ocorrida em 1827 e a morte dos últimos exemplares ocorridas entre 1867 e 1868. Um recorde triste que não deve trazer nenhum orgulho a raça humana.
(EM BREVE NOVAS PEQUENAS HISTÓRIAS....)